Se você é fã, já deve ter se perguntado qual a origem do RPG, que virou mais que um jogo, quase um estilo de vida, exaltado até por seus amantes mais fracos e divinizado pelos mais experientes.
Exageros à parte, o RPG, hoje em dia está presente na vida de muitas pessoas (tenho visto crescer rapidamente o número de contas de jogadores que falam sobre o assunto), não só como um passatempo, mas também como uma forma de alimento para a criatividade.
De vídeo games com gráficos elaborados até mesas desenhadas à mão, com miniaturas de papel e fichas de personagem rabiscadas a lápis no bloquinho, cenários fantásticos, medievais ou futurísticos e todos os tipos de personagens, o RPG, pode ser adequado a qualquer gosto, desde que venha regado de muita emoção e diversão.
Entretanto, os moldes que jogamos hoje tem suas raízes entranhadas em muitas décadas no passado, pensando bem e se associamos o RPG aos jogos que lhe inspiraram talvez até de séculos atrás.
Então vamos nos aprofundar um pouquinho em sua história entrando em uma cápsula do tempo para o fim dos anos 60 e começo dos anos 70.
A História e origem do RPG
Acho que podemos dizer que todas as coisas na terra passam por evolução, afinal nós só estamos aqui graças a uma, e com o RPG não seria diferente, sendo ele uma evolução dos Jogos de Guerra, os wargames.
Foi em meados de 1960 que David Wesley, um entusiasta de wargames, que viria a ser designer de jogos de tabuleiros, uniu três jogos: as regras de um jogo profissional de guerra, Strategos, o princípio de Kriesgsspiel, onde os jogadores fazem escolhas que podem ser boas ou não sob o julgamento de um árbitro e seus jogos de guerra de miniaturas.
Estava criado um dos alicerces para a base do RPG.
Dando um pequeno “assalto” no tempo, chegamos ao ano de 1971, quando Gary Gygax e Jeff Perren criaram o Chainmail (Cota de Malha, em português), um wargame em miniatura com uma série de regras medievais.
A princípio o enredo do jogo era baseado em uma história mais realista, mas futuramente teria capacidade para expansões em que os jogadores poderiam adicionar elementos da fantasia.
No mesmo ano, Dave Arneson, que jogara em algumas das mesas de David Wesley, criou o jogo Blackmoor, com algumas regras e jogabilidades parecidas com as utilizadas no RPG.
Alguns anos depois, já em 1974, Arneson uniria-se a Gygax para criarem juntos Dungeons & Dragons, o primeiro jogo de RPG que seria jogado e conhecido até os dias atuais.
Dungeons & Dragons o pontapé para espalhar o RPG pelo mundo
Enfim o RPG nasceu e quando foi lançado Dungeons & Dragons, seus criadores nem imaginavam que ele começaria a virar uma febre pelo mundo.
Sem muita pretensão com seu jogo, que deveria atingir um público muito específico, D&D foi lançado pela TSR, uma empresa fundada por Gygax e Don Kaye, Dave, não acreditava que venderia mais do que mil exemplares, meta atingida em menos de um ano, e se tornaria popular nas convenções de jogadores de wargames e jogos de estratégia.
O sucesso de D&D só fez se consagrar ao longo do tempo e o jogo chegou a ganhar sua própria versão em desenho animado. Afinal quem não se lembra da lendária animação A Caverna do Dragão, com o Mestre dos Magos sumindo a todo momento e o final que até hoje é uma incógnita para muita gente?
Os cenários evoluíram e hoje existem diversos livros de D&D. Um deles é o Livro do Mestre, o que também viria a unir RPG e literatura, numa parceria que perdura até hoje.
Alguns escritores relatam que suas inspirações e primeiras experiências com o mundo literário vieram justamente de suas mesas e partidas de RPG, uma delas é a escritora de ficção e fantasia G. M. Rhaekyrion, que uniu seu amor pelo RPG e sua paixão pela escrita para criar seus mundos.
A Evolução do RPG
Assim como os jogos de guerra que deram inspiração para a criação do RPG, esse gênero não ficou apenas na mesa ou preso ao sistema Dungeons & Dragons, hoje existem vários sistemas que são largamente utilizados nas sessões de RPG.
Nos vídeo games e com a crescente e rápida expansão da tecnologia os jogos de RPG são elevados a patamares que beiram o surreal, cenários cada vez mais realistas, possibilidades maiores de escolhas e os finais alternativos vem marcando as gerações que crescem familiarizadas com esse tipo de jogo.
Skyrin, Diablo, The Witcher e Dragon Age são só alguns dos exemplos de jogos amados pelos Rpgistas que além de uma boa partida de mesa também adora games eletrônicos.
Aliás, nem só de mesa vive o jogador de RPG, livros em que o leitor pode vivenciar partidas são uma realidade.
A editora Jambô, brasileira e especialista no assunto, tem sua linha de livros que contam histórias onde o leitor é o personagem principal e toma as decisões (aconselho, inclusive, se for jogar pelos livros, a tomar cuidado com suas decisões, sempre anote tudo, principalmente a última página que estava, para saber exatamente onde parou caso algum sinistro aconteça).
Outro sistema amplamente utilizado é o RPG de mensagem de texto, onde os jogadores se correspondem por mensagens enviando as ações de personagens no grupo da sessão.
Enfim, são muitas as formas de matar a vontade de RPG, mas claro, elas sempre se tornam melhores quando unimos os amigos numa noite de sábado para jogar aquela velha partida regada a muita pizza e Coca-Cola.
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